
Urgentemente
É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.
Eugénio de Andrade
Eugénio de Andrade, (Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923[1] — Porto, 13 de Junho de 2005), pseudónimo de José Fontinhas, foi um poeta português.
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