Sem que a gente conte, a vida se revela, umas vezes mais, outras vezes menos, mas sempre, sem parar, incansável e contínua. Por vezes rápida, por vezes lenta, sempre em frente, nunca para trás.
A mim resta-me observar, contemplar, para que a interferência nesse trajecto infinito seja útil, e não atrapalhe o normal decurso desta, até ao seu destino final.
Mas os ruídos surgem de vários pontos, ângulos e feitios, obrigando a fazer uns desvios da rota e baralhando o propósito.
São estes que nos desafiam a crescer e evoluir. Caso não existissem, a imaginação, coragem, força, intenção, flexibilidade, vontade, foco, seriam apenas palavras vãs que enriquecem os textos dos poetas.
É interessante ver como tudo continua, apesar de por vezes parecer que chegou o fim, pois com a capacidade de nos colocarmos de fora do centro do mundo, observamos que somos apenas peças substituíveis, embora importantes, mas sem dúvida descartáveis. Aí sentimos que é urgente deixar uma marca se seja perene, que seja inesquecível, que seja imortal...
Apenas depende de nós qual o tipo de marca, sua forma, intensidade e polaridade. Prefiro sempre deixar uma marca positiva, azul, com sabor a pimenta, expressa em acções que edifiquem algo em que acredito poder ajudar essa tal da vida, a ter o seu leito suave, rumo a seu destino, seja lá qual for, seja lá onde for.
Busco a felicidade nos outros, para a encontrar em mim, e se por vezes as minhas escolhas são confusas, não por ter saído do caminho, mas por acreditar que era assim que devia ser, pelo melhor de todos, e só depois para mim.
Sei que nesta viagem muitos virão comigo até ao fim, outros apenas me acompanharão num determinado periodo temporal, mas em cada um terá ficado uma marca, uma pequena tatuagem no coração. Se não for no deles, pelo menos no meu...
2 comentários:
Gostei muito... senti-me identificada. Beijos
Amei! Besos desde Bs. As.
Enviar um comentário