Hoje recebi um email lindo, do meu amigo José Duro.
Resolvi partilhar pela sua essência pura..
Não precisa ser homem (mulher), basta ser humano, basta ter
sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo
saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de
sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter
amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse
amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam
consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que
seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é
preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser
vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não
ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter
ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve
sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos
solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam
nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos. Que se
comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas
simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se
viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos
sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água
e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva,
de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena
viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver
debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos
ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a
consciência de que ainda se vive.
Vinícius de Morais
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